terça-feira, 15 de junho de 2010

A Hora Do Cansaço (Carlos Drummond de Andrade)

As coisas que amamos, as pessoas que amamos são eternas até certo ponto. Duram o infinito variável no limite de nosso poder de respirar a eternidade. Pensá-las é pensar que não acabam nunca, dar-lhes moldura de granito. De outra matéria se tornam, absoluta, numa outra (maior) realidade. Começam a esmaecer quando nos cansamos, e todos nos cansamos, por um outro itinerário, de aspirar a resina do eterno. Já não pretendemos que sejam imperecíveis. Restituímos cada ser e coisa à condição precária, rebaixamos o amor ao estado de utilidade. Do sonho de eterno fica esse gosto ocre na boca ou na mente, sei lá, talvez no ar.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

No caminho da pedra.

Rasgue todas as minhas memórias Senhor, para que eu não sinta o que
estou sentindo agora!
Arranque de mim estas memórias loucas que tenho dos meus amores que não vivi!

Ahhh, tire as sensação de mim
a de querer voltar atrás!
No caminho das pedras,
onde não vi o que estava bem de baixo do meu nariz!

Ah, vou pagar caro por tudo o que fiz eu sei
mas não quero estas memórias, não quero me
apaixonar por memórias, não!

Rasgue senhor ou me devolva ela agora que depois de ANOS
consegui ver o que ela foi para mim!

ah...

segunda-feira, 5 de abril de 2010

God is here!

Sai para caminhar, pensar e refletir. Ao invés disso, sentei-me em um desses bancos - que tem em uma cidade que me acode sempre que preciso de paz e sossego – de frente para o mar. Cheia de coisas para por no papel e desabafar...foi então que comecei a escrever:

“Ah...tinha tantas coisas para dizer...mas, antes de tudo, com a beleza desta natureza que está bem diante de meus olhos, acabei descobrindo uma forma de silenciar toda essa minha incerteza; Então percebo que, na verdade, não preciso ouvir esta música: desliguei meu celular e parei para escutar o silêncio do mundo e descobri a voz de Deus, a única voz que consegue me calar.
A voz das ondas e o canto das gaivotas é o barulho de Deus:
um aviso, bem de baixo de nossos narizes, nos mostrando que definitivamente não estamos sozinhos.
Estou pedindo para Deus me invadir novamente porque quero senti-lo como antigamente.
É preciso parar e sentar diante desse mar indescritivelmente lindo e imenso, e sentir...sentir que na verdade Ele nunca nos deixou, somos nós quem, na maioria das vezes, o esquecemos. CHUVA! Ou estou ficando maluca ou é Deus me tocando com lágrimas de quem se emociona ao estar sendo lembrado!?! ...“

E parei de escrever para então tomar um banho de chuva e sentir cada gota daquilo que naquele momento acreditei ser Deus; Aquele: que nos faz sentir que existe algo ainda maior do que somos capazes de imaginar.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O que ganho?

Vamos procurar um caminho?
'E qual seria esse caminho?
Não sei, mas vamos?
'Claro...
E então?
'E então o que?
Não vamos?
'...


Eu posso te mostrar o caminho.
'Pode?
Sim.
'E o que eu tenho que fazer?
Nada, é só vir comigo.
'Tá bom, vamos?
Claro.
'E aí, não vamos?
Sim sim, só mais uns dias e nós vamos.
'...

oi?
'oi.
Posso ficar aqui com você?
'Sim.
...
'Precisamos voltar.
Também acho.
:*:

?

Não pedimos para nascer mas aceitamos isso perfeitamente bem,
não precisamos aceitar os conflitos também.

Por que é tão difícil tentar ser bom?
E como se faz para entender os por quês da vida?
Quero fugir, correr, me abandonar em algum lugar protegido, porque
não me sinto assim.


Meu coração nunca doeu tanto quanto hoje.


De que adiantam essas palavras.
Pega mal ser triste!